sexta-feira, 17 de abril de 2009

Não só Vinho, mas nele o Olvido

Não só vinho, mas nele o olvido, deito
Na taça: serei ledo, porque a dita
É ignara. Quem, lembrando
Ou prevendo, sorrira?
Dos brutos, não a vida, senão a alma,
Consigamos, pensando; recolhidos
No impalpável destino
Que não 'spera nem lembra.
Com mão mortal elevo à mortal boca
Em frágil taça o passageiro vinho,
Baços os olhos feitos
Para deixar de ver.


Ricardo Reis, in "Odes" Heterónimo de Fernando Pessoa
Quanto Faças, Supremamente Faze

Quanto faças, supremamente faze.
Mais vale, se a memória é quanto temos,
Lembrar muito que pouco.
E se o muito no pouco te é possível,
Mais ampla liberdade de lembrança
Te tornará teu dono.

Ricardo Reis, in "Odes" Heterónimo de Fernando Pessoa

quinta-feira, 16 de abril de 2009

segunda-feira, 13 de abril de 2009