quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

.يجعل المرض لصحتك وحياتك حتى الموت.
"Aproveita a tua saúde para a doença e a tua vida para a morte."

A Sunnah, 38 Hadith


segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

É tão natural
que eu te possua
é tão natural que tu me tenhas,
que eu não me compreendo
um tempo houvesse
em que eu não te possuísse
ou possa haver um outro
em que eu não te tomaria.
Venhas como venhas,
é tão natural que a vida
em nossos corpos se conflua,
que eu já não me consinto
que de mim tu te abstenhas
ou que meu corpo te recuse
venhas quando venhas.

E de ser tão natural
que eu me extasie
ao contemplar-te,
e de ser tão natural
que eu te possua,
em mim já não há como extasiar-me
tanto a minha forma
se integrou na forma tua.

Affonso Romano de Sant`Anna

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Ser companheiro vale mais do que ser chefe. É preciso que os homens à sua volta nunca tenham nenhuma angústia, não sofram nunca por o sentirem a você superior a eles; a sua superioridade, se existir, deve ser um bálsamo nas feridas, deve consolá-los, aliviar-lhes as dores. A sua grandeza, querido Amigo, deve servir para os tornar grandes, no que lhes é possível, não para os humilhar, para os lançar no desespero, no rancor, na inveja...

Fonte: "Sete Cartas a um Jovem Filósofo"
Autor: Silva , Agostinho

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

"aut minus animi, aut plus potentiae"
... fica o conselho...
tirai as vossas conclusões!

sábado, 3 de outubro de 2009

Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes,
mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo.
E que posso evitar que ela vá a falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver
apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e
tornar-se um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar
um oásis no recôndito da sua alma .É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um 'não'.
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.

Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo...

(Fernando Pessoa)

segunda-feira, 14 de setembro de 2009



PQP Insónia

Assim foi e como foi será…nada a fazer!
Melhor ainda, é e vai continuar a ser…insistente, determinada e arrogantemente prepotente, teima em violar o meu sono e merecido descanso.
Meditação, respiração profunda, sexo, mais sexo, álcool, mais álcool, tv desinteressante, concentração, posição yoga, leitura, pesquisa na net…e por aí adiante…PQP a insónia!
Estou cansado.
Quero dormir.
QUERO DORMIR!!!!!!
Se calhar estou doente, algum vírus estranho que me atacou e contagiou e agora sofro desta maleita ingrata e dolorosa que não me autoriza a dormir…
Acho que vou entregar-me aos famosos prazeres da droga. Vou visitar um médico que me compreenda ou então tenho sempre a alternativa de comprar qualquer coisa pesada ao XXXXXX, que não quero identificar aqui.
António Rios

sexta-feira, 31 de julho de 2009



irresistíveis e deliciosas obscenidades...

secreta lascívia que me corrompe e deprava...

a minha alma perdia algures

o meu corpo sinto-o só e contigo

gozo o gozo de gozar e ...

António Rios

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Maldito carrasco


Hoje lembrei-me da guerra e não gostei!
...
Estou imóvel, só, a grande distância dos meus e com um "assassino, inimigo e terrorífico" alvo sob a mira para abater. Passaram-se 10 horas (ou mais, sei lá), não me mexo, respiro tranquilamente, devagar, silenciosamente, quase adormecido...no entanto atento...está quase e perto o toque fatal no gatilho.
Espero pela ordem que cumprirei sem hesitação, aqui escondido e coberto pelo arvoredo espinhoso que me tortura mas também protege e mantem-me invisível... melhor camuflagem não é possível.
Não se apercebe a vítima, encontra-se ali a escassos 80 metros junto a outro coitado que provará do mesmo. Sentem-se seguros os mancebos escondidos pela erva alta e espessa, estão condenados e não sabem...coitados mas afortunados porque não terão tempo sequer de perceber porquê.

Deus me perdoe!
...
António Rios




terça-feira, 7 de julho de 2009

quinta-feira, 25 de junho de 2009

...

...entre espasmos descontrolados e dominada pelo desejo, tentava em vão puxar o meu corpo contra o dela. Com uma mão pela nádega e outra pelo ventre, coloquei-a de costas e logo esta se ergueu posicionando-se rendida e subserviente à minha vontade. Oferecia-me a carne, rosada, molhada e procurava gulosamente o meu pénis...deixei que o tocasse, sentisse... pelos cabelos longos e negros aproximei-a de mim e permiti que a sua boca provasse o meu prazer...

...continua...talvez

António Rios

terça-feira, 2 de junho de 2009

...



Castrado de emoções perdi o restante.
Perdi a vontade, o raciocínio, a inspiração e a criatividade.
Hoje tenho fome! Tenho muita fome e não é de víveres.
Estou faminto por sentir e provar o que não possuo mas desejo intensamente sem entender o que é ou será.
Algo que desconheço me perturba e transtorna e estou impotentemente preso a este silêncio hipnótico que me transforma em moribundo intelectual.
Suo sem sentir calor e tremo sem conhecer o medo.

Estou, sou o que sou… não sou nem estou e assim me perco e encontro.

António Rios

terça-feira, 26 de maio de 2009

...

...quente, húmida, carnuda e apetecível vulva, onde encostei gulosamente meus lábios sequiosos e deliciados, procurando com a língua sôfrega o seu desesperadamente excitado clitóris.
Gemia e contorcia-se a fêmea, ansiosa por penetração vigorosa e duradoura até ao egoísticamente desejado orgasmo...

...continua...

António Rios

Aos seguidores e visitantes anónimos

Ainda não morri!
Brevemente , voltarei a publicar os meus textos.







domingo, 10 de maio de 2009

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Não só Vinho, mas nele o Olvido

Não só vinho, mas nele o olvido, deito
Na taça: serei ledo, porque a dita
É ignara. Quem, lembrando
Ou prevendo, sorrira?
Dos brutos, não a vida, senão a alma,
Consigamos, pensando; recolhidos
No impalpável destino
Que não 'spera nem lembra.
Com mão mortal elevo à mortal boca
Em frágil taça o passageiro vinho,
Baços os olhos feitos
Para deixar de ver.


Ricardo Reis, in "Odes" Heterónimo de Fernando Pessoa
Quanto Faças, Supremamente Faze

Quanto faças, supremamente faze.
Mais vale, se a memória é quanto temos,
Lembrar muito que pouco.
E se o muito no pouco te é possível,
Mais ampla liberdade de lembrança
Te tornará teu dono.

Ricardo Reis, in "Odes" Heterónimo de Fernando Pessoa

quinta-feira, 16 de abril de 2009

segunda-feira, 13 de abril de 2009

terça-feira, 24 de março de 2009

12º jogo das 12 palavras

Exaustos, imundos e sequiosos PARTILHAVAM irmãmente os poucos víveres que sobejaram e sentiam-se agradecidos pelo pequeno pedaço de pão, seco e bolorento, como se tratasse de VITUALHA digna de reis.
A fome e a sede eram suportáveis a estes habituados à frugalidade, habituados à SIMPLICIDADE e à privação de sono e conforto.
A necessidade de se manterem atentos e despertos não lhes permitia dormirem; o ódio pelo inimigo e o desejo de vingança mantinham nestes homens a CORAGEM e o vigor semelhante à dos heróis cantados em ODES e epopeias.
Junto aos feridos e moribundos um mancebo, criança ainda. Chamavam a este BENJAMIM, pela sua ainda resistente beleza e infantilidade. Tocava uma FLAUTA; sons da sua terra, de sua casa, sons de saudade e de esperança. Contrastavam estas inebriantes melodias com os gritos e gemidos de dor, dos decepados, dos mutilados, dos esventrados, daqueles que perdiam o seu sangue e impotentes e desesperados, aguardavam em agonia arrepiante e assustadora resignação a chegada da morte.
Os mais velhos e experientes, contavam com entusiasmo exagerado e falacioso desta gente à guerra usada, histórias de aventuras e desventuras, de batalhas, glórias, de mulheres e seus encantos, de paixão, de AMOR, de bravura e valentia sem par e sem igual, falavam de honra e de vitórias.
Alguns, mais devotos, oravam aos Deuses, suplicavam por sucesso na batalha que se adivinhava, invocavam protecção divina, entoavam cânticos e invocações mágicas, ancestrais; sobre o inimigo pesada MALDIÇÃO se abateria. Por esta fé, VERDADE insuspeita e inabalável, todo o medo desaparecia e ganhava força o desejo de matar; de viver.
Aproximava-se a hora, brevemente se iriam ouvir os sons das trompetas, sentir-se o peso das armas e frágeis armaduras. Os generais preparavam o embate final, jogando com a vida de seus subalternos, TECIAM planos de combate, decidiam quantos a sacrificar e dividiam entre si o possível espólio da vitória.

O dia nascerá mas sem que se ouça o canto das aves, fugiram para longe em direcção à paz…a última que se viu era um BEIJA-FLOR!

António Rios

quinta-feira, 19 de março de 2009

Pai


Hoje é dia do pai.
É o dia do meu pai, de outros e tantos pais mas não é meu.
Lembrei-me de ti pequenino, de quase ter sido o teu sem o ser.
Se calhar até fui e acho que ainda sou e continuarei a sê-lo ou quero crer que sim.
Fica a faltar a troca de olhares e sorrisos, o ciúme e o desejo de que fosses verdadeiramente meu e o dia por ser o dia do que não sou.
Ao meu pai agradeço por o ser, a ti por me teres tido como sendo.

António Rios

domingo, 8 de março de 2009


domingo, 1 de março de 2009

Porque hoje te encontrei...

Soneto do amigo

Enfim, depois de tanto erro passado
Tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge noutro o velho amigo
Nunca perdido, sempre reencontrado.

É bom sentá-lo novamente ao lado
Com olhos que contêm o olhar antigo
Sempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo.

Um bicho igual a mim, simples e humano
Sabendo se mover e comover
E a disfarçar com o meu próprio engano.

O amigo: um ser que a vida não explica
Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica...

Vinicius de Moraes

Porque se passou outra noite sem ter o prazer de dormir!

Lacrimae Rerum

Noite, irmã da Razão e irmã da Morte,
Quantas vezes tenho eu interrogado
Teu verbo, teu oráculo sagrado,
Confidente e intérprete da Sorte!

Aonde são teus sóis, como coorte
De almas inquietas, que conduz o Fado?
E o homem por que vaga desolado
E em vão busca a certeza, que o conforte?

Mas, na pompa de imenso funeral,
Muda, a noite, sinistra e triunfal,
Passa volvendo as horas vagarosas...

É tudo, em torno a mim, dúvida e luto;
E, perdido num sonho imenso, escuto
O suspiro das cousas tenebrosas...

Antero de Quental

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Saudades

Saudades! Sim... talvez... e porque não?...
Se o nosso sonho foi tão alto e forte
Que bem pensara vê-lo até à morte
Deslumbrar-me de luz o coração!

Esquecer! Para quê?... Ah! como é vão!
Que tudo isso, Amor, nos não importe.
Se ele deixou beleza que conforte
Deve-nos ser sagrado como pão!

Quantas vezes, Amor, já te esqueci,
Para mais doidamente me lembrar,
Mais doidamente me lembrar de ti!

E quem dera que fosse sempre assim:
Quanto menos quisesse recordar
Mais a saudade andasse presa a mim!

Florbela Espanca

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Poemas a Cupido

Possessiva

Não quero mais ser
o que queres que eu seja!
Quero ser apenas eu,
tal como gosto de me ver
dentro de um corpo que é meu!
Meu corpo só é teu
quando eu quero que seja!

António Eco, in Poemas a Cupido

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Profeta

"Os donos do capital vão estimular a classe trabalhadora a comprar bens caros, casas e tecnologia, fazendo-os dever cada vez mais, até que se torne insuportável.
O débito não pago levará os bancos à falência, que terão que ser nacionalizados pelo Estado"

Karl Marx, in Das Kapital, 1867

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Carta a Morfeu (Jogo de palavras)

Carta a Morfeu

Divino,
É o cansaço que me leva a suplicar o vosso auxílio.
O sono abandonou-me e deita-se comigo a insónia que é amante cruel e castigadora, soberana e toda poderosa proíbe-me de descanso merecido.
Não posso nem quero resignar-me a esta situação de desconforto.
Vem Divino Morfeu acompanhar o meu sofrimento, sentir a ansiedade e a dor da solidão. A Vossa ausência obriga-me a ser subserviente a esta condição de permanentemente acordado que me tortura.
Embalai-me como o vento embala os poderosos navios e transportai-me para o mundo maravilhoso dos sonhos, para lá dos Oceanos e mais perto do céu. Só Vós e a vasteza de Vossos celestiais poderes sois capaz de me adormecer finalmente.
O meu corpo oscila e treme na escuridão nocturna, sacudido pelas batidas ensurdecedoras do meu coração desesperado.
Dizei-me pois Ò Divino qual o sacrifício, qual a oferenda que pretendeis deste Vosso humilde servo, para que Vossa companhia torne a alegrar as minhas noites. Dai-me uma missão, ordenai e sereis obedecido e prometo-vos aproveitar essa dádiva com todas as minhas forças.
Vingai-me desta mal amada insónia que como um tigre me tem prisioneiro em suas impiedosas garras e abençoai-me com a Vossa presença.
Peço-vos a paz Ò Divino,
somente a paz.

António Rios